Inauguração Exposição Coordenadas
Fado de Coimbra

Cabo Verde, um triângulo de 10 ilhas, situado no centro do Oceano Atlântico, no cruzamento entre a África, a América do Sul e a Europa. Um país jovem, onde a voracidade do turismo de massas dos grandes resorts está a transformar profundamente a paisagem, a cultura e os usos e costumes de uma população de meio milhão de pessoas.

Um mar imenso, onde a pesca é o meio de vida de muitos e, paradoxalmente, uma terra sem água, onde, quem a semeia não sabe se colhe. Um lugar de memórias sombrias, entreposto de escravos e campo de morte de desterrados do fascismo português, da “frigideira” e da “holandinha” que, por força dos que lutaram, chegou à independência e à liberdade.

Terra de música e de músicos, de mornas e coladeiras, de Travadinha e Cesária, gente de olhar profundo e terno, ao mesmo tempo ausente e presente, mistura de cor, origem e cultura, que nos faz sentir lá… em Salvador da Baía, em Paris ou em Havana.

Obra do acaso ou da natureza, dos homens e dos deuses… resultado de estranhas coordenadas, cruzamento de continentes, que criaram este misterioso pedaço de terra e de vida.

Arnado Carvalho nasceu em Coimbra em 1950 e reside em Cantanhede. Além da música, a fotografia marca uma presença importante no seu percurso de vida. Autodidata, intensifica, a partir de 2006, o estudo e formação em fotografia, frequentando diversos cursos, seminários e workshops. Em 2012/2013, frequenta, em Coimbra, a Escola Informal de Fotografia do Espetáculo, dirigida pela fotógrafa Susa- na Paiva, momento em que integra o coletivo “Photobook Club de Coimbra”.

De Novembro de 2013 a Outubro de 2014, participa no Workshop “Instalação, Fotografia e Som”, coordenado por Patrícia Sucena de Almeida, numa parceria entre o Teatro Académico de Gil Vicente e o Curso de Estudos Artísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Apaixonado pela natureza e pela tradição e cultura dos povos, o seu trabalho dirige-se, fundamentalmente, para a paisagem e para a fotografia documental de pendor humanista.

Expõe regularmente desde 2008.

Fotos: DR