A Toca do Lobo – Documentário dia 18 de Fevereiro (21h30)
VISITA-OFICINA À EXPOSIÇÃO “A INFÂNCIA NO TEMPO”
A Toca do Lobo – Documentário dia 18 de Fevereiro (21h30)
VISITA-OFICINA À EXPOSIÇÃO “A INFÂNCIA NO TEMPO”

Nos dias 8, 9 e 10 de fevereiro, o Projeto Alcateia – Serviço Educativo da Fundação Lapa do Lobo (FLL) apresentou o espetáculo de teatro “Utopia”, numa coprodução com as Comédias do Minho, ao qual assistiram 234 alunos e professores do 5º Ano dos Agrupamentos de Escolas de Canas de Senhorim, Carregal do Sal e Nelas.
Este espetáculo, pensado para públicos dos 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico, começou o processo de criação em outubro de 2016, altura em que foram recolhidos mais de mil textos, escritos por estes alunos, sobre ‘o mundo ideal’ ou ‘a sociedade perfeita’, de pontos de vista políticos, sociais, económicos, éticos, afetivos… O que é para ti Utopia? Qual é a tua ideia de mundo ideal? Quais são as tuas utopias, sejam elas reais, irreais ou surreais? Que poder e que responsabilidade seriam os teus, num lugar novo, feito à medida do teu pensamento? Foi a partir das respostas pessoais a estas e outras perguntas e da obra “Utopia”, de Thomas More, que a dramaturgia do espetáculo foi construída.
A equipa artística deste espetáculo foi constituída por Gonçalo Fonseca (criação e dramaturgia), Rui Mendonça (dramaturgia, texto e interpretação), Samuel Coelho (música e interpretação), Vasco Ferreira (desenho de luz) e Hugo Ribeiro (cenografia). E foi com quase toda esta equipa que, no final de cada apresentação, se lançou a conversa à volta do tema e do objeto artístico. Alguns alunos reconheceram ideias da sua autoria, como o desejo de reduzir o tempo de aulas ou o sonho de voar, a vontade de um mundo altamente tecnológico ou o receio da morte… A primeira e estimulante conversa na FLL terminou com uma frase curta, quase sussurrada por uma das alunas: “Estamos cada vez mais isolados…”.
Com esta proposta, estabeleceram-se como objetivos principais: sensibilizar para a importância da fantasia, da utopia e da conceção do irreal no processo de crescimento; desafiar os jovens para a reflexão e o debate sobre a realidade, integrando as suas próprias interpretações (reais ou imaginárias) do mundo e da vida; estimular competências expressivas, criativas e afetivas; promover a sensibilidade estética e artística.
Sonho, fantasia ou esperança, utopia significa sempre uma transformação. Transformemos, então. E transformemo-nos. Como disse Eduardo Galeano, citando Fernando Birri, “A utopia está no horizonte. Eu sei muito bem que nunca a alcançarei. Se eu caminho 10 passos, ela afasta-se 10 passos. Quanto mais a procurar, menos a encontrarei, porque ela vai-se afastando à medida que eu me aproximo. Boa pergunta, não? Para que serve? Pois, a utopia serve para isso: para caminhar.”
Quem for utópico, ponha o dedo no ar! Quem não for, que atire a primeira pedra…