Parabéns à Marlene – Leitor do Ano 2013
Próxima atividade do PROJETO ALCATEIA – Serviço Educativo da Fundação Lapa do Lobo.
Foi inaugurada no passado sábado dia 18 de janeiro a Exposição de Fotografia “Rua da Cabine” de Tito Mouraz.
Foi na presença de muitos familiares,amigos,muitos lapenses que conhecem o Tito desde miúdo, alguns deles com ligação afetiva à Rua da Cabine, alguns fotógrafos e outros interessados na temática da fotografia, que decorreu a Inauguração.
As boas vindas foram feitas pela Dra. Mariana Torres – Curadora Cultural da Fundação, mostrando-se muito satisfeita com a Exposição, seguidamente coube ao Tito agradecer a presença do público, agradecer à Fundação, referindo que esta não é uma Exposição qualquer, o projeto que deu origem a esta Exposição é muito afetivo, muito ligado à infância, à família e aos afetos. Foi com emoção que o Autor recordou a infância e as memórias das brincadeiras na rua, as idas ao campo com o avós, as férias passadas na Lapa do Lobo, mais concretamente na Rua da Cabine, foi com enorme emoção que recordou o seu avô, falecido já no decorrer deste trabalho.
Também o Dr. Carlos Torres – Presidente da Fundação Lapa do Lobo, quis deixar um agradecimento ao Tito, relembrando que o seu trabalho como fotografo profissional tem vindo a ser cada vez mais reconhecido e premiado.
Esta exposição pode ser visitada até 24 de fevereiro.
Segue-se um texto do Autor acerca do Projeto/Exposição.
“Rua da Cabine”
-“Se há memórias que me marcam, a Rua da Cabine, na Lapa do Lobo, é uma delas. Ali passei grande parte das minhas férias escolares, entre a casa e a mercearia dos meus avós maternos e o Vale do Boi, onde o meu avô amanhava a terra.
Hoje, tudo está diferente. Já não existem os habituais encontros com os amigos e primos, os almoços familiares de domingo, os pontapés na bola, as idas para o campo atrelado na bicicleta do meu avô, o cheiro a cigarros Kentucky da tasca, os relatos de futebol, as conversas dos mais velhos e as respetivas taças de vinho para lavar. A mercearia mais antiga da aldeia já não tem o brilho de outrora. A Rua que a serve não passa agora de um trajeto entre as casas e os quintais, um caminho cada vez menos palmilhado.
Impulsionado por uma motivação interior e através de uma narrativa íntima, senti a necessidade de interpretar esta dualidade de emoções fortes e assim criar uma série de imagens que, além de explorar visualmente um conceito de identidade pudesse também estabelecer uma ligação entre o Ontem e o Hoje. Haverá melhor termo para descrever esta relação do que a palavra Vida?
A escolha das fotografias que dão corpo a este volume, são também o resultado entre a presença e a ausência do meu avô.
Viver e perpetuar a sua memória é agora um privilégio.
Fernando Ramos era o meu avô. Perdi-o em janeiro de 2013, já no decorrer deste trabalho.”
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