Cantares das Janeiras
Concerto com “Figo Maduro”
O coaching, sendo uma palavra relativamente recente no universo do
desenvolvimento pessoal, social e organizacional, é uma prática já com muitos anos e com um vasto leque de propostas que pretendem responder às necessidades enquadradas no momento histórico em que se inserem. Muito direccionado para a liderança e objectivadas num valor global de apoio ao auto-conhecimento e desenvolvimento. Estamos, portanto, perante um entendimento da liderança baseado numa relação de confiança entre o Coach e o Coachee.
Os actuais modelos demonstram que já não é ao líder que compete descobrir o que é melhor para os seus colaboradores e equipa, tendo essa responsabilidade passado para para cada um deles, incluindo o primeiro. Cabe-lhe sim, ajudar cada colaborador a descobrir a forma de expressar melhor os seus talentos, fomentando as suas competências e proporcionando momentos de desenvolvimento pessoal.
Dois significados mais usuais do termo coaching ajudam a compreender a sua aplicação ao mundo das organizações: por um lado, coach é o treinador, aquele que ajuda os seus pupilos a desenvolverem as suas capacidades. Por outro, é um meio de transporte, o que explica o processo de autodesenvolvimento como uma viagem de descoberta e melhoria.
O coaching pode ser tomado como um processo que visa fomentar no colaborador o conhecimento de si mesmo e impulsionar o desejo de melhorar ao longo do tempo, bem como a orientação necessária para que a mudança se produza.
Trata-se, portanto, de uma filosofia de liderança que assenta na ideia de que o desenvolvimento e a aquisição de competências são processos contínuos e da responsabilidade de todos, e não apenas episódios limitados no tempo e espoletados pela hierarquia. A lógica do coaching tende pois a ser privilegiada nas organizações genuinamente aprendentes, nas quais a responsabilidade pelo desenvolvimento é pessoal, embora apoiada e enquadrada pela organização.
Independentemente do contexto em que nos encontremos, o Coaching, visto na sua essência, é uma ferramenta que ao serviço das pessoas contribui de forma inegável para a eficiência dos seus processos quer a nível pessoal quer a nível laboral. Sendo verdadeiro este facto, e sabendo que neste momento se atravessam alturas de grande indefinição social e económica, as potencialidades do Coaching são ainda mais pertinentes, até porque o objectivo parece ser cada vez mais congruente com aqueles que são os das pessoas e organizações na necessidade de aumentarem o seu bem-estar e competências.
Os desafios são imensos, a exposição de pessoas, empresas e profissionais é ainda mais preponderante nestes momentos de sentimento de menor estabilidade, por isso mesmo e cumprindo os principios de respeito mutuo, sem cair na tentação de promessas vãs, o papel do Coach e desde logo do Coaching, pode sem duvida alguma assumir uma centralidade no apoio que pode e sabe dar ao desenvolvimento pessoal e organizacional.
Foi movidos por todo este envolvimento que no passado dia 23 de Janeiro se desenvolveu na Fundação da Lapa do Lobo, perante um grupo de 4 dezenas de pessoas profundamente envolvidas e ávidas de conhecerem mais e saberem-se melhor, o Workshop de Introdução ao Coaching. Da fantástica troca de ideias, ao esplêndido momento da surpresa (cantares das Janeiras e da Filarmónica da Lapa do Lobo) que faz parte integrante da vida, sem a qual não seriamos tão felizes, a tarde desse sábado de sol fez transportar a sua energia para o interior do Auditório Maria José Cunha e proporcionou uma experiência fantástica.
Uma sessão muito participada, com interacções constantes e provocações que mexeram com todos/as, onde a palavra do dia era “Pensarmo-nos” e eventualmente “(Re)Pensarmo-nos” para nos construirmos ou reconstruirmos de forma mais eficiente
Ao que nos apercebemos a saída foi, como deveria ser, com muitas inquietações e desejo de saber mais, mas com a certeza que todos/as levaram mais algumas ferramentas para caminharem na concretização dos seus sonhos e saberem que a palavra impossível não existe, o que realmente há são situações um pouco mais complexas e que por isso mesmo demoram mais algum tempo a serem concretizadas. Assim fica o desejo de fazer mais, até porque com um grupo assim, e independentemente do cumprimento dos objectivos, fica sempre a sensação de “pouco”.
(TEXTO E FOTOS – Dr. JOÃO PAULO PEREIRA)